DÉCIO DE CASTRO ALVES, consultor do Ministério da Saúde, fala sobre a acessibilidade da população aos serviços de Saúde Mental.

10/07/2012 14:26

 

        

        Normalmente os serviços são concebidos pelo governo. Para o serviço funcionar constitui-se uma equipe técnica. Nesta equipe encontram-se diversas pessoas com diversas formações e obviamente vão ter pensamentos diferentes. Então, aquilo que parece ser o projeto do governo, na pratica torna-se diferente e essa diferença traz consequências.

        Uma dessas consequências aparece quando a equipe precisa decidir quem entra e quem não entra no serviço, para quem se tem e para quem não se tem tratamento. Exemplo: Onde deve-se tratar um menino que usa drogas ? No CAPS II ad (adulto) ou no CAPS i (infantil) ? Independente do local ou instituição o que deve prevalecer é o cuidado e o cuidado são as pessoas. Os redutores de danos cuidam das pessoas nas comunidades, nas ruas, então por que parece tão impossível cuidar de um menino usuário de drogas no CAPS i (pois lá ele poderá ser uma má influência para os outros) ou no CAPS ad (pois lá ele poderá ser influenciado pelos outros).

        Por isso o objetivo maior dos serviços deve ser o atendimento de sua população de abrangência, se cada serviço atender apenas a sua especialidade, o acesso da população de abrangência ficará limitado. Exemplo: Sou psicologo em um CAPS X e só faço atividades de psicologo, ou seja, grupos, atendimentos individuais e psicoterapia. Acontece de um dia um usuário precisar tirar sua carteira de trabalho, eu como psicologo penso que a melhor maneira de ajudá-lo é passar semanas e mais semanas em psicoterapia para que um dia caia a ficha do usuário em questão e ele tire sua carteira de trabalho. Então eu não levando da cadeira e levo o usuário para tirar a carteira por que esse não é o meu papel. O fato, é que levantar da cadeira e levar o cidadão para fazer sua carteira é visto por alguns como uma agressão e por isso muitos não o fazem, com isso, o usuário continua sem a sua carteira de trabalho.

        Logo, é hora de todos nós profissionais pararmos de definir quem entra e quem não entra nos serviços e passar a atender quem precisa, e quem precisa é quem procura o serviço.

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